
Na direção contrária pode ver um senhor de seus setenta e poucos anos, cantando o hino dos expedicionários: Você sabe de onde eu venho / Venho do morro do engenho / das selvas dos cafezais / da boa terra ...
Viu que a pessoa do lado era.... ele mesmo!!!(?)
Tentou falar com seu outro eu, mas ele gritou:
- Não toque em mim, apenas fale!!!
Achou meio estranho, mas resolveu fazer algumas perguntas. Passados 27 minutos descobriu que aquele garoto ruim era realmente ele, com apenas um diferencial: Fazia tudo que evitasse o arrependimento.
Com uma cicatriz enorme no rosto, e um pouco manco, explicou como estava a situação em Taiwan, como o nome “pacífico” do oceano era mentiroso e desmerecido, das razões do medo que tinha em fazer seu exame de HIV, e de como as estrelas eram diferentes no atacama.
Enquanto ouvia aquilo maravilhado e depois de ter pegado uma maçã na mochila, ele apenas inverteu o monólogo e começou a falar das suas frustrações e de como resolveu simplesmente sair e enfrentar os “e se(s)???” da vida.
Ao ouvir tudo aquilo, o homem da cicatriz deu um longo suspiro e sem falar nada (se) abraçou, considerando-se que seu outro eu fosse ele mesmo.
Foi então que se fundiram, iniciando algo que ainda hoje é falado (e desacreditado) pelo velho, que nunca mais cantou aquela música e tem saudade do seu fugaz companheiro de viagem.
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