No sábado cheguei de uma viagem de trabalho já com uma cobrança:
MEU POSICIONAMENTO SOBRE O ABORTO DA MENINA DE 9 ANOS ESTUPRADA PELO PADRASTO!!
Como falei para várias pessoas, meu primeiro posicionamento é:
- Eu não acredito na imprensa de primeira, até porque em muitos casos ela costuma ser tendenciosa \ preguiçosa. É complicado quando você ouve argumentos exaltados sobre uma questão tão complexa, baseados em reportagens da record (que abertamente é favorável ao assassinato de crianças aborto) ou em fragmentos de 2 minutos do jornal nacional.
- Ainda não tenho elementos suficientes para emitir uma opinião.
- Eu nao queria ser nenhuma das três pessoas a seguir: a menina abusada ou os gêmeos abortados.
Já fui muito julgado precipitadamente pra utilizar tal expediente. É muito fácil decidir quem está certo lendo matérias de meia página sentado numa sala com ar condicionado, mas isso é éticamente ineficiente (pra operadores de direito então é ÉTICAMENTE PROIBIDO).
Como pessoa que teve uma formação em direito e que por princípio cristão não pode levantar falso testemunho, sinceramente não me sinto capacitado para emitir uma opinião baseado em "achômetros" e em uma reportagem feita pelas record da vida... e mais: fico assustado quando vejo estudantes e operadores de direito emitirem opiniões com base em matérias de imprensa pura e simplesmente; logo eles que deveriam saber a diferença existente entre as duas versões que minimamente existem para toda história.
Digo e repito: mesmo que uma opinião ao final se demonstre éticamente correta, isso não isenta a obrigação de toda pessoa ser justa no levantamento de sua conclusão, ou seja, a justiça não pode se dar por simpatias ou "achismos" mas sim por conclusões baseadas em fatos e elementos concretos.
Posto isso, vamos aos elementos. De um lado imprensa que quer vender jornais:
Menina de 9 anos estuprada por padrasto é submetida a aborto em RecifeQuem abrir essa reportagem vai ver coisas como a ausência de cobertura sobre os procedimentos da Igreja e também que a mãe era contra o procedimento.
Mas se você abrir
aqui, nesse post feito pelo Pe. Edson Rodrigues, que acompanhou diretamente o caso, vai ver que tem muitas coisas que não batem entre o que foi divulgado pela imprensa e o que foi acompanhado por ele.
Além disso se você for estritamente legalista, têm que dar uma olhada na definição de Pátrio Poder, especialmente se a versão de que o pai e a mãe da menina eram contra o aborto mas a mãe semi-analfabeta foi coagida a assinar a autorização sem ser informada corretamente sobre a mesma.
Já no caso de você ser católico e estar indignado com a excomunhão, recomendo que primeiro saiba o que é excomunhão com uma fonte além daquele seu professor de história que usava boina e camisa do (cli)chê guecara (com minúscula). Essa eu faço questão de não colocar o link, porque é bom separar o joio do trigo e sinceramente espero que os verdadeiros católicos pelo menos tirem a bunda da cadeira pra correr atrás desse conceito (lembrando da famosa fórmula: VERDADEIROS CATÓLICOS = (CATÓLICOS) - (NÃO CATÓLICOS e CATÓLICOS DE IBGE))
Eu realmente gostaria de discutir esse caso com alguém, mas mas estou juntando os elementos para poder discuti-lo (e estou quase terminando) e ainda não identifiquei nenhuma pessoa que pudesse discuti-lo comigo fora dos achismos.
Por isso a minha resposta para quem perguntou minha opinião, ela é:
Ainda estou levantando elementos para chegar a uma conclusão, mas de acordo com o que eu levantei, tendo a concluir que:
1 - Aparentemente a imprensa foi tendenciosa.
2 - Aparentemente a Igreja foi caluniada.
Prafraseando o Mestre Reinaldo Azevedo:
"Os muito espertos esperam obter algum benefício enxovalhando a Igreja Católica. Os muito idiotas esperam apenas que a Igreja Católica obtenha algum prejuízo. Para um pragmático, como Macedo, o importante é ganhar. Para os cretinos que acreditam falar em nome de princípios, basta que a Igreja perca."